Homem morre baleado por policiais militares após perseguição em Atibaia

Um homem de 24 anos morreu após ser baleado por policiais militares durante uma perseguição em Atibaia, no interior de São Paulo, na tarde desta terça-feira (25). Ele era perseguido por suspeita de envolvimento em um roubo a uma casa em Araras (SP). O carro usado por ele era furtado.

Imagens de câmeras de segurança obtidas pelo g1 mostram o momento em que o carro perseguido – uma HB20 de cor prata – entra em uma rua sem saída e faz uma manobra para tentar escapar. Em seguida, os policiais descem da viatura e iniciam os disparos.

Pertences que haviam sido roubados na casa em Araras, antes da perseguição policial em Atibaia (Foto: Divulgação / Polícia Militar)

De acordo com informações do boletim de ocorrência, os tiros foram efetuados por volta das 16h, na rua dos Lírios, que fica no bairro Jardim dos Pinheiros.

O homem morto foi identificado no documento como Riquelve Rodrigues Vieira, de 24 anos. Ele era um detento da penitenciária de Bauru e não retornou da saída temporária de junho, conforme documento da Secretaria da Administração Penitenciária obtido pelo g1.

A perseguição teve início após a Polícia Militar ser acionada pela Guarda Civil Municipal de Atibaia, que relatou que um HB20 de cor prata usado em um roubo a uma casa em Araras (SP) havia dado entrada na cidade.

Os policiais, que estavam em uma viatura, iniciaram as buscas pelo suspeito e o encontraram na rua Francisco Monte Oliva Lopes, no bairro Itaperi.

No boletim de ocorrência, os policiais informaram que “acionaram os sinais sonoros e luminosos da viatura, determinando, por diversas vezes, que o condutor do veículo parasse, mas não foram atendidos”.

A perseguição seguiu até a rua dos Lírios. A via é sem saída e, por isso, o jovem tentou manobrar para seguir no sentido contrário e dar sequência à fuga.

O carro do suspeito ficou de frente para a viatura ao fazer a manobra. Ainda segundo o documento, os policiais, então, desceram da viatura e viram o homem com uma arma.

“Os policiais militares desembarcaram da viatura e, mais uma vez, deram ordem para que o condutor do veículo desembarcasse, tudo de forma muito rápida. Nesse momento, de forma inesperada, é que o condutor do veículo empunhou uma arma em direção aos policiais(…) vindo a efetuar um disparo”, narra o documento oficial.

Por conta disso, os PMs narram no boletim de ocorrência que tomaram a decisão de atirar contra o suspeito, que foi atingido pelos disparos.

“Apesar dos policiais militares verbalizarem, por diversas vezes, para que o condutor do veículo soltasse sua arma é que o mesmo não obedeceu e, mais uma vez, apontou em direção aos policiais militares. Diante da injusta agressão sofrida é que os policiais militares tiveram de disparar contra o condutor do veículo, sendo que o mesmo ainda tentava disparar sua arma, mas foi impedido.”

O Corpo de Bombeiros foi acionado e encaminhou o suspeito à Santa Casa de Atibaia. Ele, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu.

O número de disparos efetuados na ação não consta no boletim de ocorrência. Outras viaturas da Polícia Militar e da Polícia Civil também foram acionadas ao local.

No carro usado pelo suspeito, os policiais encontraram um revólver, R$ 457 em espécie e um celular. Além disso, apreenderam todos os objetos que haviam sido roubados na casa de Araras.

A vítima, um homem de 59 anos, reconheceu e recuperou os pertences. Entre eles estavam relógios, bijuterias e perfumes.

Em relação ao carro usado pelo suspeito, a polícia constatou que o veículo era furtado e tinha placa do Rio de Janeiro.

O crime foi registrado como morte em decorrência de intervenção policial. As armas dos policiais envolvidos no caso foram apreendidas e passarão por perícia.

A Rede Vanguarda procurou o comando do 34° Batalhão de Polícia Militar para uma entrevista, mas ninguém quis falar sobre o caso até a publicação da reportagem. A Secretaria da Segurança Pública também foi procurada, mas ainda não retornou.

Em contato com a reportagem, a família de Riquelve Rodrigues Vieira contestou a versão da polícia e afirmou que ele não estava armado e não teve chance de se entregar. O velório será realizado nesta quarta-feira (26), em São Paulo, onde a família mora.

Fonte: G1.globo.com