A Justiça concedeu liberdade provisória nesta quinta-feira (24) ao comerciante Júnior Humberto de Oliveira, que atirou contra o vice-prefeito de Atibaia, Fabiano Batista de Lima (PL). O caso ocorreu no dia 13 e foi registrado por uma câmera de segurança.

A decisão é da juíza Roberta Layaun Chiapetta de Moraes Barros e teve como base um parecer do Ministério Público, que ao analisar o relatório final da Polícia Civil, pediu um complemento de laudos e arquivos. Como o prazo se estendeu, a magistrada optou pela liberdade provisória.
A juíza estabeleceu que Junior, conhecido como Juninho do Hotdog, tem que:
- Manter distância do vice-prefeito, da esposa e de parentes, seja presencial ou virtualmente. Ele não pode frequentar os locais que são publicamente conhecidos como habituais deles, como a prefeitura ou a loja da esposa do político
- Comparecer e informar à Justiça a cada dois meses sobre as atividades que desempenha
- Não pode deixar a cidade por mais de 8 dias sem autorização
- Deve ficar em casa quando não estiver trabalhando
Juninho do Hotdog está preso na Cadeia de Jundiaí e deve ser solto nesta sexta-feira (25). Ele, que foi preso em flagrante após o crime, já havia tido um pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. O comerciante responde por tentativa de homicídio. A arma usada no crime estava em situação regular.
O crime
O crime aconteceu no dia 13 depois de uma discussão por causa de uma transmissão ao vivo na rede social em que Júnior levanta suspeitas de que um restaurante em que a esposa do vice-prefeito é sócia seria usado em crime de improbidade administrativa.
Segundo a polícia, após o vídeo, Fabiano ligou para o comerciante, eles discutiram e ele foi até a casa de Júnior. Na ação, filmada por câmeras de segurança, ele aparece abordando o homem com golpes pelas costas.
Instantes depois, eles entram na garagem da casa de Júnior que, na sequência, sai armado. Ele faz vários disparos enquanto o vice-prefeito foge. Fabiano conseguiu fugir e foi atendido no hospital Albert Sabin com um disparo na perna.
Investigação
Após o crime, Júnior foi quem acionou a polícia. Na delegacia, entregou a arma que estava com a documentação em dia e as imagens das câmeras. Ele alegou em depoimento que foi golpeado com uma faca pelo político e, por isso, revidou com a arma.
O g1 teve acesso ao boletim de ocorrência, em que a polícia aponta que no vídeo, o prefeito aparece golpeando com as mãos e “não há indícios” de que houve o uso de arma branca. Apesar disso, uma faca que estava no local foi apreendida.
Além disso, o comerciante apontou ainda que só usou a arma de fogo ao ser atacado com faca e que não estava armado aguardando o político, mas que teria pego a arma no carro quando entraram na garagem – trecho que não é mostrado no vídeo.
Apesar disso, a polícia apontou que, durante a análise das imagens, constatou que o tempo em que os dois permaneceram dentro da garagem foi de quatro segundos, que não seria prazo suficiente para que entrasse no carro, abrisse o porta-luvas, pegasse a arma e então saísse para os disparos.
Fonte: G1.globo.com