O exercício físico é geralmente dicotomizado em categorias de treinamento de resistência e treinamento aeróbico. Embora haja sobreposição entre as duas modalidades, a intensidade e a duração do exercício produzem sinais moleculares distintos que resultam em adaptações fenotípicas divergentes. Artigo do American College of Sport Medicine publicado no início deste ano revela que as adaptações fenotípicas associadas aos exercícios resistidos são sustentadas pela síntese de novas proteínas miofibrilares e mitocondriais que aumentam o tamanho e a resistência muscular, respectivamente.
A prescrição de programas de resistência e aeróbicos é frequentemente baseada em uma porcentagem relativa de força máxima. Por exemplo, o levantamento de cargas mais pesadas do treino resistido é recomendado para construir massa muscular, enquanto tanto o exercício contínuo de intensidade moderada quanto o treinamento intervalado de alta intensidade podem induzir adaptações cardiovasculares do treino aeróbico.
No entanto, há evidências emergentes de que, além de aumentar o tamanho e a força muscular, o treino resistido pode induzir adaptações mitocondriais que são tipicamente associadas ao treino aeróbico. O estudo revela que realizar treino resistido com cargas mais baixas para fadiga induz a um aumento nas proteínas mitocondriais e na capacidade oxidativa muscular. É importante ressaltar que o treino resistido de carga mais baixa oferece uma alternativa ao com cargas mais pesadas em grupos nos quais o treino tradicional não é preferido nem garantido, como nos pacientes idosos, com doenças crônicas, câncer etc.
Para reduzir o risco de doenças crônicas, o treino aeróbico permanece na vanguarda das diretrizes de atividade física, destacada por uma prescrição de aproximadamente 150 min de intensidade moderada a vigorosa ou 75 min de intensidade vigorosa semanalmente. Embora o treino resistido seja recomendado nas diretrizes atuais de atividade física, há evidências emergentes demonstrando que o treino de força sozinho ou quando combinado com o treino aeróbico é igual ou superior ao aeróbico sozinho na maximização da saúde.
Assim sendo, os efeitos do treinamento físico de força na saúde vão além daqueles atribuídos ao aumento da massa e força muscular e incluem risco reduzido de mortalidade. A participação no treino de força pode aumentar a função física e cognitiva, melhorar a sobrevivência ao câncer e a saúde metabólica. O estudo coloca que o treino de força seja colocado na vanguarda das diretrizes de atividade física ao lado do treino aeróbico. No entanto, cita a dificuldade de adesão ao treino resistido, que permanece baixa; pois aumentaria o risco de lesão (cujo risco pode ser reduzido ao levantar cargas relativas mais leves) e o acesso necessário a uma academia.
Notavelmente, a prevenção de incapacidade, redução do risco de quedas e melhoria da capacidade cognitiva são motivadores de saúde potenciais para o incentivo ao treino resistido.
O estudo recomenda cargas relativas leves a moderadas ou usando apenas o peso corporal como resistência. As repetições dentro de uma determinada série devem ser executadas até o ponto que resulte em um alto grau de esforço ou relativamente próximo a uma falha muscular momentânea.
Essas rotinas são tão eficazes quanto levantar cargas relativamente pesadas para obter benefícios à saúde. Este ponto é de particular importância, especialmente no contexto de eventos que impõem desuso muscular episódico em resposta a doenças ou imobilizações/cirurgias de membros, que aceleram a perda de músculo e força, respectivamente, naqueles com mais de 60 anos.
Logo, nota-se que é muito importante que se treine força, principalmente os pacientes idosos e os que sofrem de doenças crônicas. Obedecendo limites e problemas ortopédicos.
Fonte: EuAtleta