O cinema é um instrumento que nos ajuda a refletir sobre os problemas do cotidiano. Essa é uma das funções primordiais da arte. Assim, o assunto mudança climática é explorado pelos filmes há décadas na intenção de sensibilizar mais gente para a importância do problema que, mesmo com os efeitos já batendo em nossas portas, ainda ganha muito menos atenção do que merece.
Há muitas boas opções disponíveis na internet, nas plataformas de streaming e nos festivais — existem, inclusive, vários festivais temáticos sobre o assunto, como o Festival Internacional de Cinema Ambiental (FICA) e a Mostra Ecofalante. O que não falta é opção para quem quer se aprofundar no assunto, mas fizemos uma lista com 3 novidades muito interessantes e bem produzidas que valem a sua atenção.
Não Olhe para Cima
A primeira dica da nossa lista deu o que falar no início do ano e quem ainda não viu, deveria. Com atores de peso como Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence e Meryl Streep, a produção, original da Netflix e indicada ao Oscar de 2022, conta a história de dois astrônomos que descobrem um cometa mortal vindo em direção à Terra e partem em um tour midiático para alertar a humanidade.
O filme é uma comédia, mas também uma metáfora. O meteoro são as mudanças climáticas, sobre as quais os cientistas alertam há décadas e ninguém parece dar muita bola, nem mesmo as autoridades dos países mais importantes do planeta, tal qual o que acontece no filme. A produção explora vários elementos, como o quanto deveríamos ouvir mais a ciência e desconfiar de soluções milagrosas. Para parar o meteoro, nossas ações precisam mudar de rumo.
Jaguaretê Avá: Pantanal em Chamas
Exclusivo no Globoplay, o novo filme do reconhecido documentarista, Lawrence Wahba, retrata os incêndios do Pantanal e exalta a urgente necessidade de restabelecer a conexão entre homem e natureza. No processo de produção, Wahba passou dez semanas com brigadistas, veterinários, voluntários e pesquisadores, registrando a árdua luta pela vida e pela recuperação durante um dos piores incêndios florestais na história do bioma.
Com mais de 100 horas de material captado, a produção consumiu 13 meses de trabalho desde a primeira até a última gravação, cuja versão final tem duração de 1 hora e 14 minutos. A composição da trilha sonora do documentário leva a assinatura de Fábio Cardia e consumiu três meses de trabalho. Pelo trailer já dá para notar o capricho. O resultado é impactante e, com certeza, vai te fazer pensar.
Forest Partners
Dirigido pelo cineasta Fred Rahal Mauro, o documentário atravessa três continentes para destacar o potencial econômico das florestas, com base em sistemas de produção sustentáveis e inclusivos. Com uma pegada mais otimista que os trabalhos tradicionais sobre o assunto, o Forest Partners destaca um lado muitas vezes invisível das florestas: os ecossistemas econômicos que prosperam entre organizações públicas, privadas e comunidades locais.
Viajando pelos trópicos, o filme apresenta, ao longo de seus 45 minutos, inovações bem-sucedidas em sistemas de produção sustentáveis em todo o mundo, provando que é possível obter benefícios sociais, ambientais e econômicos preservando ou restaurando paisagens florestais. As iniciativas estão sediadas na América do Sul, África e Ásia, em regiões onde ainda há paisagens florestais preservadas, mas onde os impactos do desmatamento e da degradação florestal já são amplamente sentidos.
Tais projetos são apoiados pela Partnership for Forests, programa global do governo britânico para acelerar negócios e promover iniciativas que tenham o potencial de proteger ou restaurar florestas.
Fonte: Climatempo