O Santuário de Canindé, mantedora do Zoológico de São Francisco, que cuida dos ursos Dimas e Kátia, no Ceará, foi notificado na terça-feira (11) da decisão “da transferência dos animais, em caráter de urgência, para o santuário “Rancho dos Gnomos”, localizado em Joanópolis, São Paulo”. A ativista Luisa Mell iniciou uma campanha em outubro de 2018 para levar os usos para o interior de São Paulo.
O processo foi ajuizado pela 3º Vara da Comarca de Canindé e divulgado, na manhã desta quarta-feira (12), no Diário Oficial da Justiça. O zoológico pode recorrer da decisão e informou que nesta quarta-feira irá realiza uma reunião, de “onde sairão definições”.
Procurados pela a equipe de reportagem, o Instituto Luisa Mell informou que não vai se pronunciar sobre o assunto, mas confirmou a notificação.
“Fomos notificados e estamos resolvendo alguns trâmites, mas não podemos dar mais informações agora”, pontuou Marcelo Glauco, diretor financeiro do instituto. A ONG aguarda o resultado de uma outra ação judicial, sobre a qual o diretor preferiu não dar mais detalhes.
Ursos transferidos
Assinado pela juíza Tassia Siqueira, o processo explica o principal motivo para a transferência dos animais: o clima do sertão central do Estado do Ceará. “Apesar de todo o carinho e cuidados que os animais recebem junto ao requerido, possuindo uma história no Zoológico e também na própria cidade, tradicionalmente devota de São Francisco de Assis, há um fato insuperável: a alta temperatura inerente à região”, citou a liminar.
A Associação Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos (ASERG) já abriga a popularmente a já conhecida ursa Rowena, que vivia há mais de dez anos em condições similares aos animais de Canindé, em Teresina, Piauí.
“Estamos aguardando a finalização dos trâmites burocráticos, para daí então, colocarmos em prática nossa operação”, informou o Rancho dos Gnomos.
No dia 4 de junho, houve uma tentativa de conciliação por parte do requerente, a Associação Brasileira dos Defensores dos Direitos e Bem-Estar dos Animais, e o requerido, Zoológico de São Francisco de Canindé, porém não houve acordo.
Além da transferência, que contará com custos e logística por parte do solicitante, o zoológico foi condenado ao pagamento de indenização “por danos morais coletivos causados ao meio ambiente”. Os valores deverão ser revertidos em ações desenvolvidas em benefício da proteção e bem-estar dos animais.
A liminar ainda ressalta que devem ser feitos exames prévios sobre a saúde dos animais e atestado médico que revele a condição física dos animais para a realização da viagem, sem riscos à saúde e à vida dos animais. A juíza ainda exigiu o acompanhamento técnico durante todo o percurso.
Fonte: G1.globocom