O Governo de São Paulo abriu na semana passada a votação que irá escolher os nomes dos integrantes de uma matilha de lobos-guarás que vem sendo monitorada em uma Unidade de Conservação da Fundação Florestal. A escolha será realizada até o dia 10, no perfil do Instagram da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).
Maiores canídeos da América do Sul, com até um metro de altura e 25 quilos, 42 dentes, uma pelagem dourada e excelente olfato e audição, os lobos-guarás são considerados os mais populares carnívoros do cerrado brasileiro, e estão categorizados como espécie “vulnerável”, com apresentação de risco de extinção. Por este motivo, a Fundação Florestal é responsável por uma ação de monitoramento que observa e acompanha a espécie no Estado de São Paulo. A iniciativa acontece por meio de uma plataforma especializada em vida selvagem, em parceria com a organização Wildlife Insights.
São 4 lobos, com duas opções de nomes para cada lobo-guará. Entre os filhotes, a possibilidade é para um macho, com as opções Thor/Marmota e para o outro Luigi ou Strike. Já para a fêmea adulta as opções são Olívia e Lua, enquanto para o macho adulto o nome pode ser escolhido entre Brutus ou Trovão.Os animais, alguns encontrados com sarna, foram tratados e seguem com brincos e colares de identificação para o devido acompanhamento nas áreas protegidas.
O monitoramento é uma importante estratégia de conservação. Em 26 Unidades de Conservação, 400 armadilhas fotográficas estrategicamente instaladas pela FF – que representam 800 sítios amostrais, cobrindo uma área total de mais de 650 mil hectares -, já foram responsáveis pelo registro de 60 espécies de mamíferos além do lobo-guará, como veado-mateiro, raposinha-do-campo, jaguatirica e tamanduá-bandeira, tapiti, anta, mico-leão-preto, muriqui-do-sul, bugio-preto, além de logo-guará e onça-parda.
O batismo de animais ajuda a chamar a atenção sobre as espécies. Em julho de 2023, após a identificação de um filhote de onça-pintada encontrado no Contínuo Ecológico de Paranapiacaba, a escolha do público decidiu no batismo do pequeno pelo nome de Barti.
A plataforma
Após a captura por câmeras por meio de sensores de movimento e realizado o registro, a plataforma permite a análise automática de dados e imagens coletadas, acelerando o processo de categorização e assim permitir aos pesquisadores e gestores das UCs, o acesso às informações em tempo real. Com tomadas de decisões mais seguras, na garantia da eficiência do programa e na precisão na identificação de espécies.
O programa também utiliza um dashboard institucional com informações georreferenciadas, que facilita a visualização e o compartilhamento dos dados com o público em geral. Essa abordagem transparente e acessível torna o programa mais eficaz na sensibilização e envolvimento da comunidade, promovendo a importância da conservação da fauna local.
Monitora BIOSP
O Programa de Monitoramento da Biodiversidade monitora mamíferos terrestres de médio e grande porte como uma das cinco subcategorias do programa, caso dos lobos-guarás.
Desta forma, tem como objetivo a obtenção de dados essenciais que ajudam a compreender a ecologia das mais diversas espécies, a avaliar o impacto da ação humana e das mudanças climáticas no ecossistema, entre outras questões, por meio de metodologias baseadas em diferentes protocolos de coleta, análise e interpretação de dados, e informações obtidas com o monitoramento de espécies da fauna presentes.
Os outros quatro subprogramas de monitoramento inter-relacionados são: primatas, borboletas, frugívoras, aves e flora.
Fonte: Portal do Governo do Estado de São Paulo