O verão 2023 começa astronomicamente às 18h48 do dia 21 de dezembro de 2022 e se estende até às 18h24 do dia 20 de março de 2023.
O verão é normalmente a estação mais úmida e quente na Região Sudeste. A chuva forte e frequente é provocada por grandes nuvens cumulonimbus que se formam a partir da grande disponibilidade de calor e de umidade, e também por sistemas organizados como frentes frias e a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Outro sistema meteorológico que pode influenciar o Sudeste nos verões, e atua como redutor da chuva, é o Anticiclone (ou Alta) Subtropical do Atlântico Sul, conhecido como ASAS.
Em alguns anos, a chuva e a temperatura do verão também podem ser influenciados por fenômenos como El Niño e La Niña.
Os verões de 2020 e de 2021 tiveram a influência do La Niña, que aumentaram a chuva especialmente no centro, norte e leste de Minas Gerais, no Espírito Santo, na região Serrana e no Norte/Noroeste do Rio De Janeiro.
O verão de 2023 vai marcar o fim de um longo episódio de La Niña. A estação começa com o oceano Pacífico Equatorial Centro-leste em condição de La Niña, mas terminará em neutralidade.
Um novo episódio de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) está sendo esperado para janeiro de 2023 e a previsão é de que se forme na primeira quinzena do mês.
O eixo da ZCAS de janeiro deve ficar posicionado entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Em fevereiro é pouco provável que ocorra alguma organização de ZCAS, mas o sistema deve voltar a se formar durante o mês de março, com maior atividade ao norte e leste da Região Sudeste.
Outra grande diferença do verão 2023 é que o Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) estará mais próximo do Brasil e vai influenciar o padrão de chuva e de temperatura no Sudeste em parte de janeiro e principalmente durante o mês de fevereiro de 2023.
Previsão para janeiro de 2023
Para janeiro de 2023, a Climatempo prevê que chova um pouco acima da média normal na maioria das áreas de São Paulo (exceto no extremo norte do estado) e no sul do Rio de Janeiro. As regiões do Médio Paraíba Fluminense, sul de Minas e do Triângulo Mineiro devem ter um volume de chuva dentro da média normal. O centro e norte do estado do Rio de Janeiro, incluindo a Região Serrana e o Grande Rio, todo o Espírito Santo (incluindo a Grande Vitória) e todo o centro, leste, oeste e norte de Minas Gerais (incluindo a Grande Belo Horizonte), devem terminar janeiro com um pouco menos de chuva do que a média.
O aumento da chuva de São Paulo ocorre especialmente durante a primeira quinzena do mês com a atuação de uma ZCAS. A aproximação do ASAS do Sudeste justifica a falta de chuva em janeiro no Espírito Santo, e em grande parte de Minas Gerais e no centro-norte fluminense.
Previsão para fevereiro de 2023
Em fevereiro de 2023, o sistema de Alta Pressão Atmosférica do Atlântico Sul (ASAS) deve se aproximar mais do Brasil. Embora não haja previsão de bloqueio atmosférico clássico, nem em força e nem em persistência, a proximidade do ASAS vai afetar diretamente o Sudeste, reduzindo as condições para formação e permanência de áreas de instabilidade.
As pancadas de chuva devem ocorrer em resposta ao grande aquecimento da atmosfera, mas de forma irregular. As áreas do Sudeste mais afetadas pela aproximação do ASAS serão o Espírito Santo, o centro-norte do Rio de Janeiro e o centro, norte e leste de Minas Gerais
O ASAS também vai reduzir a frequência da chuva nas áreas litorâneas, o que pode resultar em temperaturas muito altas em alguns dias.
A chuva de fevereiro de 2023 deve ficar um pouco acima da média normal para o mês, apenas em uma pequena porção que abrange todo o Norte/Noroeste de São Paulo e algumas áreas mineiras bastante próximas ao norte de São Paulo.
O calor deve ser intenso ao longo do mês em todo o Sudeste. A previsão é de que o mês termine com temperaturas um pouco acima da média em todo o estado de São Paulo, em todo o Rio de Janeiro e no Espírito Santo e também no Sul, centro e leste de Minas Gerais. As quatro capitais e todo o litoral terão mais calor que o normal.
Previsão para março de 2023
Em março de 2023, espera-se a organização de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul, com eixo entre Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. As áreas de instabilidade da ZCAS devem influenciar Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, fazendo com que estes três estados tenham mais chuva do que a média normal para março. A região do litoral norte de São Paulo e áreas do Vale do Paraíba paulista, mais próximas ao Rio de Janeiro, também devem ter um março com mais chuva do que o normal.
Para o norte, centro, leste e sul de São Paulo, incluindo a Grande São Paulo, a previsão é de chuva dentro da normalidade. As pancadas de chuva ainda serão frequentes e podem ser fortes nestas áreas. O centro-oeste e sudoeste de São Paulo deve ter menos chuva do que a média para o mês.
Segundo cálculos do Inmet para o período de 1991 a 2020, a média de precipitação Climatológica no Sudeste em março varia de 180 mm a 220 mm em São Paulo, no centro-sul do Rio de Janeiro e na maioria das áreas de Minas Gerais. No norte fluminense, no Espírito Santo, no norte e leste de Minas Gerais, a média normal de precipitação em março fica entre 140 e 180 mm. No Alto Paranaíba (MG) e algumas áreas do Triângulo Mineiro, esta média varia de 220 a 260 mm.
Fonte: Climatempo