Do focinho às orelhas: conheça sinais que cachorros dão antes de morder

Médica veterinária ressalta importância de respeitar espaço e analisar comportamento do animal. Saiba o que fazer durante passeios ou visitas a casas com pets reativos.

Como identificar se um cão está prestes a morder? Segundo a médica veterinária Camila Voloch, especialista em comportamento, os animais apresentam uma série de sinais de desconforto que antecedem ataques.

(Imagem Ilustrativa de Isabel Vittrup-Pallier por Unsplash)

“Um cão que morde é porque ele já tentou outros recursos para evitar esse enfrentamento, mas esses recursos não foram efetivos. […] Esse estímulo gera no cão algum tipo de desconforto, algum incômodo, ou faz com que ele sinta medo”, explica Voloch.

Confira, abaixo, os principais sinais de que algo pode estar errado:

  • Alguns sinais iniciais de desconforto incluem piscar, bocejar e lamber o focinho;
  • Depois, o cão pode virar a cabeça e desviar o olhar, indicando que quer se afastar da situação;
  • Em outra tentativa de afastamento, o animal também pode virar o corpo, sentar ou dar a pata;
  • Diante do desconforto, o cão costuma recuar e tentar sair do local;
  • O animal também pode agachar-se e colocar as orelhas para trás;
  • Colocar a cauda entre as pernas também é um sinal de desconforto;
  • Corpo tenso e olhar fixo também são sinais que antecedem a mordida;
  • Por fim, sinais mais conhecidos, como o rosnado, indicam que a mordida pode estar iminente.

E o que fazer quando o cão aparentar desconforto?

De acordo com a médica veterinária, é essencial respeitar o animal e parar imediatamente o carinho, brincadeira ou manipulação que esteja provocando incômodo.

“Se a gente não para, a gente faz com que esse cão precise subir um degrau da escadinha [de sinais]. É entender o recado, respeitar esse recado e se colocar numa posição de ‘ok, eu te entendi e eu vou te respeitar'”, destaca Voloch.

Ao visitar um cão reativo, cuidado redobrado!

Ao entrar em casas com pets reativos, é importante que visitantes mantenham uma posição de neutralidade e evitem interações ou contatos forçados, segundo a especialista.

“Aquele ambiente é onde o cão vive. É o ambiente que faz com que ele se sinta seguro. Se você está naquele ambiente e se coloca numa posição ameaçadora, gesticulando, falando muito alto, forçando uma interação, obviamente esse seu comportamento vai gerar aquele desconforto”.

E no passeio?

Voloch explica que cães reativos costumam apresentar comportamentos como rosnados e latidos durante passeios, o que já é um indicativo para que outras pessoas que estão no local evitem contato direto.

“Qual é a melhor posição que você pode tomar? Atravessar a rua, mudar de direção, não enfrentar e não encarar. A ideia, mais uma vez, é você permitir o afastamento”, ressalta a médica veterinária.

O afastamento, porém, deve ser com calma, já que movimentos bruscos podem passar outra mensagem para o animal. “Esse cão pode entender de forma errada, talvez até que você tenha chamado ele para uma brincadeira, e correr atrás de você”.

Fonte: G1.globo.com