O Outubro Rosa é uma campanha de conscientização anual que tem como objetivo chamar a atenção da população para os cuidados necessários na identificação e tratamento de câncer de mama. A doença, contudo, não é exclusividade da espécie humana e acomete animais como cães e gatos.
Assim, o Outubro Rosa Pet é uma ação que procura esclarecer à população a importância do acompanhamento de animais de estimação, principalmente as fêmeas, para o diagnóstico precoce no desenvolvimento da neoplasia mamária.
Para entender o como o câncer de mama afeta cães e gatos e a campanha do Outubro Rosa Pet, o g1 conversou com o médico-veterinário e diretor da Faculdade Qualittas, professor Francis Flosi.
Câncer de mama em pets?
O câncer é um tipo de doença que pode surgir por múltiplas causas, mas se caracteriza como um crescimento desordenado de células no organismo. No caso da neoplasia mamária, ela acontece nas mamas e geralmente nas abdominais, que ficam próximas das coxas traseiras.
Segundo o professor Francis Flosi, a incidência da doença em fêmeas caninas é muito alta, e ressalta que 60% dos diagnósticos são malignos, mas a identificação precoce ajuda a evitar complicações.
“A gente vem pedindo para os tutores dentro das nossas clínicas para fazer o exame nas mamas das cadelas ou das gatas, mas não é todo tutor que abraça isso, que acompanha a vida do animal, às vezes ele mal leva ao médico veterinário e às vezes nem leva”, adverte Francis Flosi.
Fatores agravantes
Flosi esclarece que ainda é preciso mais pesquisa para identificar as causas da doença, mas há indícios de que os hormônios envolvidos no ciclo reprodutivo podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de mama.
Assim, embora a idade do animal possa influenciar, a neoplasia mamária pode aparecer a partir dos dois anos de idade, quando inicia a idade de reprodução, necessitando do tutor um acompanhamento mais atento a animais que tenham gravidez psicológica, pois além do aumento da carga de hormônios, o leite produzido e não utilizado pode empedrar.
“O que a gente faz é orientar os tutores que não querem reproduzir as suas fêmeas, caninas ou felinas, que façam a castração. Ela não traz problema nenhum para o animal e já colabora 100% para evitar um câncer de mama”, recomenda o médico-veterinário.
A obesidade também é um fator importante no aparecimento das neoplasias mamárias, o que se caracteriza como um problema mais endócrino, do que oncológico.
Possíveis tratamentos
Uma vez diagnosticado, o tratamento pode variar dependendo da agressividade da doença e do quanto ela se espalhou pelo corpo.
Flosi conta que nos casos iniciais pode começar como a quimioterapia, que pode ser tópica, onde a aplicação ocorre diretamente sob a área afetada; oral ou injetável.
“Mas se a coisa não tiver bem, aí é só a cirurgia mesmo, a mastectomia de todas as mamas, porque todas estão ligadas uma na outra, 10 no caso dos cães, e oito nas gatas”, finaliza.
Fonte: G1.globo.com