Pequenos ‘valentões’: veterinários explicam comportamento agressivos em cães

Segundo veterinários, pets pequenos que são humanizados pelos tutores podem ser mais agressivos ou medrosos no dia-a-dia.

Provando que tamanho não é documento, é muito comum que cachorros de pequeno porte mostrem-se como “valentões”. O g1 conversou com veterinários para entender as causas de episódios de agressividade dos “baixinhos”, que são fortemente influenciados pelo ambiente em que vivem e comportamento dos tutores.

(Imagem Ilustrativa de Kristoffer Volinsky por Unsplash)

O veterinário, Reynaldo Landgraf, explica que os cães são animais de matilhas e precisam de uma hierarquia para viverem felizes e em harmonia. Por tal motivo, eles não devem ser humanizados, como usar roupas e acessórios de humanos.

“Quando isso ocorre [humanização], há alteração de comportamento, medo, agressividade, destruição dos móveis da casa e por aí vai. O melhor tratamento que você pode dar ao seu pet com alterações comportamentais é muito estudo, conhecimento do comportamento da espécie e entender a função de cada raça”, explica o profissional.

De acordo com o veterinário Luis Augusto Barros, é a partir da hierarquização da casa que o animal formará sua personalidade. Se o pet desenvolver comportamentos impulsivos, poderá rosnar ou latir diante de situações que saem da sua rotina, ou até mesmo, ao encontrar com outros pets e humanos, já que estarão em uma disputa por território ou alimento.

“Hoje em dia, os cuidados com os pets aumentaram bastante, são tratados como um membro da família. Desta maneira como uma mãe educa seu filho, com os pets não é diferente, são necessárias regras, limites e restrições”, comenta Luis.

Distanciamento da natureza

Ainda segundo o veterinário Reynaldo, a falta de contato com a natureza é um fator importante para a definição de personalidades e comportamentos dos pets.

“Se os ‘pequeninos’ passam muito tempo do cotidiano em colos ou bolsas, poderão precisar de uma intervenção comportamental, já que poderão desenvolver carência ou insegurança no cotidiano. Alguns tutores não costumam expor os pets ao sol, banhos de chuva, corridas na terra ou na grama”, reforça.

Além disso, Luis acrescenta que com relação aos cães, algumas raças podem ter o temperamento mais ostensivo que outras, como chihuahuas ou pinschers, porém, cada pet é único e o seu comportamento é fortemente influenciado pelo meio externo.

Como corrigir

De acordo com os especialistas, esses pequenos “valentões” podem ser disciplinados com ações básicas, como a castração, ou tratamento com acupuntura.

“Acupuntura por exemplo pode auxiliar no manejo do comportamento, mas sozinha não vai adiantar nada. Atos simples, como entrar num cômodo da casa antes dos pets, sempre comer primeiro e depois alimentar os pets, ao passear na rua, não deixar o pet puxar a guia e te levar para onde ele quer achando que ele é o líder. Algo simples pode confundir a cabeça do pet, achando que ele é o ‘alfa’ da matilha dele, sua família, induzindo ao comportamento agressivo e destrutivo”, explica Reynaldo.

No caso dos cães, aqueles que não são castrados possuem influência hormonal no comportamento e a melhor solução pode ser a castração na idade adequada, acrescenta o veterinário Luis.

Fonte: G1.globo.com