É de conhecimento geral que bichinhos de estimação como cães e gatos são os melhores amigos dos seres humanos. Pode soar clichê, mas estudos científicos – como o que foi realizado em 2018 por pesquisadores da Clínica Médico-Psiquiátrica da Ordem, em Portugal – comprovam que ter um “amigo peludo” tem efeitos positivos sobre a nossa saúde mental. Mas animais de estimação demandam cuidados, em especial quando seu lar é um apartamento. Para trazer mais conforto ao seu companheiro e, ao mesmo tempo, não incomodar os vizinhos, algumas atitudes precisam ser tomadas.
Segurança em primeiro lugar
A primeira delas diz respeito à segurança do pet. A médica veterinária Ludmila Vital, especialista em comportamento animal, afirma que a combinação animais + apartamentos não gera problemas contanto que certos procedimentos sejam colocados em prática. “Gatos e cães de pequeno porte são excepcionais para esses espaços, mas requerem cuidados como telas nas janelas e castração”, explica. As telas servem para que os pets, em especial os gatos, não sofram quedas. Já o ato de castrar acalma o bichinho, previne doenças do aparelho reprodutivo e reduz o mau cheiro dos fluidos corporais, principalmente no caso dos cachorros. Ah, atenção para as sacadas: se os animais costumam ser colocados nesses espaços externos, é preciso garantir que não corram o risco de cair e que não fiquem expostos ao sol forte ou à chuva.
Os cuidados do dia a dia
Mas a vida em espaços reduzidos como os apartamentos não diminui a qualidade de vida dos bichos de estimação? Segundo Vital, não, desde que os donos ofereçam atenção e cuidados aos seus companheiros. É preciso passear com os animais, em especial com os cães, ao menos três vezes ao dia, durante, no mínimo, 15 minutos. A brincadeira também deve ser diária e se manter por ao menos 30 minutos. Bolinhas e mordedores são boas opções para estimular os bichinhos. Além disso, a alimentação também exige atenção. Como o espaço para movimentação é menor, o pet costuma gastar menos calorias ao longo do dia. Por isso, montar e manter uma dieta equilibrada é importante para o animal.
Quando o assunto são as necessidades básicas do bichinho, Ludmila Vital alerta: fazer com que o pet, sobretudo os cães, só façam xixi ou cocô fora de casa pode causar sérios problemas de saúde. “Se o animal fica mais de oito horas sem fazer as necessidades, pode ter cistites e problemas renais”. Para os gatos, as liteiras devem estar sempre limpas.
E como evitar a bagunça?
Preocupações com a mobília e com a paz da vizinhança são bastante naturais quando há um animal de estimação em casa. Afinal, como evitar que os bichinhos danifiquem pisos e móveis do apartamento? A veterinária garante que, hoje em dia, existem tecidos para sofás que são resistentes às garras de gatos e cachorros. Há, também, sprays com odores feitos para manter os bichanos longe de determinadas peças ou espaços. Basta pesquisar um pouco para saber mais a respeito.
Agora, se o problema é o barulho, outros planos devem ser colocados em prática. “Pequenos treinos diários, como o dos ‘três nãos’, ajudam muito a diminuir a ansiedade dos pets”, conta Vital. O treino consiste em reduzir a agitação dos animais, em especial quando voltam a ter contato com o dono depois de um dia de separação. Nessas situações, é preciso aplicar os “três nãos”: não olhar, não tocar e não falar com o bicho nos primeiros cinco minutos de reencontro. O contato só deve ser feito, de maneira controlada, depois de ele se acalmar.
“Latidos, ganidos e o raspar de portas são comportamentos que precisam de atendimento especializado”, afirma Vital. Nesses casos, agendar uma consulta com um veterinário ou com um adestrador para entender o modo de agir do bichinho é a ação mais recomendada. “Também é importante conversar com os vizinhos e demostrar preocupação com os possíveis desconfortos causados pela bagunça do pet”, explica a profissional. Afinal de contas, na vida em condomínio, é essencial tentar manter uma boa relação com a vizinhança, certo?
Fonte: G1.globo.com