O governo do estado de São Paulo confirmou na tarde deste sábado (21) que há mais seis mortes causadas pelo novo coronavírus no estado de São Paulo. O total subiu para 15 mortes.
As vítimas eram quase todas idosas, apenas uma tinha menos de 60 anos, mas apresentava comorbidades.
“Dos 15 óbitos, nós tivemos todos na capital, sendo que seis confirmados de ontem para hoje. Do total, 14 em hospitais privados e um em público. Esses novos óbitos são 4 mulheres, de 89 anos, 76, 89 e 73. E dois homens: um de 90 anos e outro de 49 anos. Sendo que esse de 49 anos era portador de tuberculose, que é uma doença, uma comorbidade muito importante nessa situação”, disse José Henrique Germann, secretário da Saúde.
Uma médica generalista, de 52 anos, que trabalhava na Prefeitura de São Paulo e teria adquirido o vírus no hospital em que estava internada para tratar outra doença é uma morte suspeita que está sendo investigada.
“Nós temos um caso de uma médica nossa generalista, nós estamos averiguando todos os dados, ela é do sistema do município, ela tinha comorbidades, foi internada por volta do dia 23 [fevereiro], no período do carnaval, para tratar dessas comorbidades e teria sido acometida por insuficiência pulmonar e respiratória no Hospital Sancta Maggiore. Quando ela foi ao hospital, segundo os registros, não tinha nenhum sinal de insuficiência respiratória”, afirmou o secretário municipal da Saúde Edson Aparecido.
A médica tinha problemas no coração e era hipertensa. “Ela não estava trabalhando no momento. Foi internada no Hospital Sancta Maggiore, onde ela teria seu convênio médico, e teria adquirido insuficiência pulmonar, insuficiência respiratória no hospital. Então foi feito o teste, mas ainda não se tem o resultado do teste, por isso, a notificação do óbito é como suspeita de covid-19. Nós estamos investigando, indo atrás pra saber com exatidão, mas de qualquer maneira queremos tranquilizar nossa rede pública, era uma médica que já estava afastada do trabalho para tratamento, ela tinha comorbidades, mas infelizmente ela teve o estado agravado e faleceu na madrugada desta noite.”
De acordo com o secretário da Saúde, o caso não foi contabilizado, já que o balanço anunciado foi fechado na sexta-feira (20). “Como foi de madrugada, a contabilização feita pela Secretaria Municipal, estadual e ministério é feita até as 18h. Então, não está nas mortes anunciadas ontem.”
Quarentena
O governador João Doria (PSDB) afirmou na tarde deste sábado (21) que irá determinar quarentena, pelo período de 15 dias, a partir da próxima terça-feira (24) até o dia 7 de abril, para os 645 municípios do estado de São Paulo.
São 396 casos confirmados no estado de São Paulo até 18 horas de ontem, com 15 mortes e 34 pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em tratamento. Ao todo, são 9 mil casos suspeitos.
As secretarias estaduais de Saúde divulgaram, até 12h30 deste sábado (21), mais de mil casos confirmados de novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil em 25 estados e no Distrito Federal. Já passam de 15 mortes confirmadas no país.
Doações de sangue
Ao informar sobre a primeira morte de paciente como coronavírus, o governo do estado de São Paulo fez um alerta e um pedido à população da cidade de São Paulo para que façam doações de sangue pois, segundo o coordenador de Centro de Contingenciamento para o Coronavírus em São Paulo, o médico David Uip, os bancos da capital estão “praticamente vazios”.
“Eu preciso dar um informe, que preciso de muito apoio de vocês: os nossos bancos de sangue estão praticamente sem sangue. O banco de sangue que tem mais sangue, tem sangue hoje para praticamente uma uma semana”, declarou.
O governo de São Paulo avalia que o surto de coronavírus deve durar “de quatro a cinco meses”. No entanto, as medidas restritivas adotadas pela administração estadual, como a suspensão das aulas e a restrição de eventos (leia mais abaixo), não devem ser aplicadas durante todo este período.
Medidas de contenção do vírus
A pandemia de coronavírus que atingiu o Brasil tem levado o governo e a prefeitura de São Paulo a tomarem uma série de medidas para impedir aglomeração de pessoas. O governador João Doria anunciou nesta quarta-feira (18) o fechamento de todos os shoppings centers e academias da capital paulista e da região metropolitana de São Paulo para deter a propagação vírus. Ele também recomendou a suspensão de missas e cultos na Grande SP para conter o coronavírus.
Os shoppings têm até a próxima segunda-feira (23) para fechar as portas e o fechamento deve durar preliminarmente até o dia 30 de abril. A medida não se aplica a shoppings do interior e do litoral, apenas da Grande São Paulo, segundo o governo. Por meio de nota, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (ALSHOP) informou que irá cumprir integralmente a determinação dos governos estaduais quanto ao fechamento dos shoppings até a data estipulada.
Vacinação em SP
O governo paulista também anunciou que a vacina contra a gripe será oferecida gratuitamente em farmácias a partir do dia 13 de abril. A campanha de vacinação contra o vírus influenza começa na próxima segunda-feira (23) nos postos de saúde. A vacina contra a gripe não protege contra o novo coronavírus, mas médicos destacam que é importante que a população esteja imunizada contra a gripe comum para facilitar o diagnóstico do novo vírus.
“Nas farmácias, a vacinação será gratuita e válida a partir do dia 13 de abril e nos postos de saúde a partir do dia 23 de março”, disse o governador João Doria.
Fonte: G1.globo.com (leia a matéria na íntegra)