O Tribunal do Júri condenou um homem a 26 anos e 8 meses de prisão por ter matado a própria mãe por asfixia em casa em Piracaia (SP). O julgamento aconteceu na última quinta-feira (20), três anos após o crime.
Higson Marinho Benayon foi condenado por homicídio doloso, com as qualificadoras de feminicídio, meio cruel e uso de recurso que dificulta a defesa da vítima. Foi negada a possibilidade dele recorrer em liberdade.
O rapaz foi preso após matar a própria mãe em Piracaia (SP) no dia 14 de junho de 2020. De acordo com a Polícia Civil, o filho alegou ter tido um surto psicótico e asfixiado a mãe até a morte.
Até um mês antes do crime, ele estava internado em um hospital penitenciário, em Franco da Rocha (SP), por ter matado uma tia. Ele passava por uma fase de desinternação e havia recebido o benefício de saída temporária.
O crime aconteceu na região central de Piracaia. A polícia descobriu o caso após o homem ir até a Santa Casa da Cidade e contar aos profissionais da cidade que matou a mãe em casa.
Ele foi atendido pela equipe médica, que acionou a PM para o endereço da casa da vítima, onde a mulher de 63 anos foi encontrada. Ela estava morta na cama e com sinal de deslocamento do pescoço.
O que diz a defesa do réu
Ao g1, o advogado Mauro Corsi, que atuou na defesa do réu, afirmou que discorda da pena e que vai recorrer.
“As provas indicam o estado de inimputabilidade ou no mínimo semi-inimputabilidade. Isso foi ignorado pelo júri. Todos os indícios mostram que ele estava fora de si, longe das suas faculdades mentais. Ele morava a 200 metros de rodoviária e poderia ter fugido, mas foi para a Santa Casa e contou lá o que tinha acontecido. Esses detalhes mostram que ele estava fora de si. Tudo indica que naquele momento ele não sabia que estava fazendo”, afirmou.
O advogado também discordou da qualificadora que aponta uso de recursos que dificultaram a defesa da vítima.
“Ele tinha marca de unhadas no corpo que foram dadas pela mãe dele. Isso mostra que ela tinha como se defende e inclusive tentou se defender.”
Histórico
O homem havia sido preso em 2013 depois de matar a tia da mesma maneira. Na ocasião, ele era usuário de drogas e, durante um surto por excesso de entorpecentes, matou a tia asfixiada.
Laudos da justiça confirmaram que o homem cometeu o crime durante um surto. Por conta disso, ele foi mantido internado no hospital psiquiátrico. Em 2019, no entanto, foi dado início aos processos de desinternação e o acusado foi beneficiado com visitas domiciliares e saídas temporárias.
Fonte: G1.globo.com