A mãe e uma das irmãs da criança de quatro anos que morreu no acidente com o motorista de BMW preso por sinais de embriaguez seguem internadas em estado grave nesta terça-feira (25) em Bragança Paulista, no interior de São Paulo.
O acidente aconteceu no último domingo (23). As vítimas estavam em um Gol, que foi atingido pela BMW. O carro de luxo era dirigido por um empresário que foi preso em flagrante com sinais de embriaguez. Ele também não tinha permissão para dirigir.
O Gol tinha cinco ocupantes e era dirigido por um homem de 26 anos, que estava na companhia de sua esposa, de 31 anos. Havia ainda três passageiras: uma adolescente de 14 anos – filha da mulher – e duas meninas, de quatro e dois anos – filhas do casal.
A menina de quatro anos não resistiu aos ferimentos provocados pelo acidente e morreu. A irmã mais nova dela, de dois anos, e a mãe, de 31, foram resgatadas em estado grave.
Elas foram encaminhadas ao Hospital Universitário São Francisco. A unidade não divulga o estado de saúde dos pacientes, mas o g1 apurou que as duas vítimas seguem internadas.
Os outros dois ocupantes do carro – o motorista de 26 anos e a adolescente de 14 – estão bem e não correm risco de morrer.
A família é de Monte Morte (SP), cidade na região de Campinas, e voltava de um passeio quando o acidente aconteceu.
Câmeras de segurança da rodovia Capitão Bardoíno, na região do bairro Parque dos Estados, flagraram o momento da colisão entre a BMW e o Gol, que chega a capotar após o choque.
Motorista preso
O motorista da BMW preta – carro de luxo avaliado em cerca de R$ 300 mil – foi identificado como Luiz Paulo Franco Del Corso, de 36 anos. Ele, que consta no boletim de ocorrência como indiciado, é um empresário de Socorro (SP).
O homem se recusou a fazer o teste de bafômetro. Mesmo assim, foi preso em flagrante, pois apresentou ‘sinais claros de embriaguez’, segundo o boletim de ocorrência.
Entre os sinais de embriaguez apresentados pelo motorista, a polícia cita forte odor etílico, fala pastosa, olhos avermelhados e exaltação – foi necessário, inclusive, o uso de algemas para contê-lo.
“Os policiais foram lá e conversando com a pessoa foi constatada a voz pastosa, o raciocínio desordenado. Ele foi convidado a fazer o teste do etilômetro, mas se recusou. O outro motorista fez e resultou negativo”, afirma a delegada Nagya Cássia de Andrade.
“Ele (o empresário) foi conduzido para o plantão, como é feito em toda ocorrência relacionada a embriaguez. Aqui ele também se recusou a fornecer o sangue para exame toxicológico”, completa.
O boletim de ocorrência cita ainda que o homem confessou informalmente aos policiais que ingeriu bebida alcóolica e fez uso de drogas antes de dirigir.
Ainda na segunda-feira (24), Luiz Paulo passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça, que determinou que ele responda pelos crimes de homicídio culposo, lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e desobediência.
No decorrer do inquérito, porém, a tipificação do crime pode mudar.
Na audiência de custódia, a juíza Mariane Cristina Maske de Faria Cabral disse que “o custodiado já foi condenado por embriaguez ao volante por três vezes sendo que, na última, foi condenado a regime inicial semiaberto. Soma-se a isso o fato de que não estava autorizado a dirigir naquele momento e mesmo assim o fez.”
Por conta das condenações, o empresário está com a carteira de habilitação bloqueada e não tem permissão para dirigir.
O carro de luxo envolvido no acidente foi comprado por ele há menos de uma semana, segundo registro do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP).
O caso será investigado no 1° DP de Bragança Paulista.
“Vamos trabalhar no sentido de ouvir os demais ocupantes do outro veículo acidentado, analisar os laudos periciais relacionados a exame de corpo delito e a perícia no local dos fatos. Vamos atrás de imagens e novas oitivas”, diz Nagya.
O g1 tenta contato com a defesa de Luiz Paulo Franco Del Corso, que informou que irá se manifestar apenas por meio de nota. A reportagem será atualizada assim que a manifestação for enviada à redação.
Fonte: G1.globo.com