Um policial civil suspeito de atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo, foi preso em uma operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (17) em um condomínio de luxo, em Bragança Paulista.
Ao todo, sete pessoas foram presas hoje, incluindo um delegado e outros dois policiais civis suspeitos de atuarem para a facção. Falta cumprir ainda um mandado de prisão contra mais um policial, considerado foragido. 130 policiais civis participam da ação.
A prisão em Bragança Paulista aconteceu na casa do suspeito, em um condomínio de alto padrão. No local, os policiais ainda apreenderam um carro de luxo. O homem foi levado em uma viatura pelos policiais.
Em Ubatuba, os policiais federais cumpriram um mandado de busca e apreensão em uma casa na praia da Itamambuca, mas nada foi apreendido. O dono da casa foi preso em São Paulo. Ele é advogado e suspeito de lavar o dinheiro para o PCC.
Em Igaratá, as buscas acontecem no sítio de um homem suspeito de ser o operador financeiro do esquema de lavagem de dinheiro do grupo criminoso. No local, foram apreendidos lanchas e quadriciclos.
Ao todo, considerando as ações realizadas na capital paulista, até 9h, sete das oito pessoas procuradas foram presas, sendo um delegado e três policiais civis.
A ação é coordenada pela Polícia Federal pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil.
Segundo o MP, o objetivo da operação é desarticular diversos crimes cometidos pelo PCC, como lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
“A investigação partiu de análise de provas que foram obtidas em diversas investigações policiais que envolveram movimentações financeiras, colaboração premiada e depoimentos. Tais elementos revelaram o modo complexo que os investigados se estruturaram para exigir propina e lavar dinheiro para suprir os interesses da organização criminosa”, explicou o MP.
O g1 apurou que uma das investigações que conseguiram provar os crimes cometidos pelos suspeitos é o assassinato do delator Vinícius Gritzbach, em 8 de novembro, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
A Justiça decretou a prisão temporária dos investigados, buscas e apreensões em endereços relacionados a eles, e outras medidas cautelares como bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens.
Os alvos da operação podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais, cujas penas somadas podem alcançar 30 anos de prisão.
Fonte: G1.globo.com