A quadrilha presa nesta quarta-feira (6) por suspeita de venda de suplementos falsificados usava montagens com imagens de artistas famosas e turbinava as postagens em redes sociais com um batalhão de perfis fakes, segundo a Polícia Civil. Três homens e uma mulher foram presos por associação criminosa e falsidade ideológica.
O grupo, que operava em Nazaré Paulista (SP), utilizou montagens com fotos das cantoras Preta Gil, Alcione e Simone. As imagens foram manipuladas – na de Preta Gil, por exemplo, uma caixa com um suplemento foi colocada digitalmente na foto para dar a impressão de que ela segura o produto – e eram usadas em anúncios nas redes sociais.
Para passar maior credibilidade aos anúncios e estimular a venda, a quadrilha operava um batalhão de perfis falsos que comentava nas postagens como sendo consumidores que aprovaram o produto.
A empresa ligada aos suspeitos presos na operação se apresentava como responsável pela divulgação e pela vendas do produtos. Eles mantinham na cidade um galpão e um call center, de onde faziam as vendas.
Para gerenciar os perfis falsos, a quadrilha comprava cerca de 4 mil chips de celular ao mês e os cadastrava em CPFs aleatórios para criar contas falsas nas redes sociais. Eles também faziam postagens utilizando o nome de alguns veículos da imprensa.
Para a Polícia Civil, todos estes fatos foram suficientes para comprovar um esquema de associação criminosa e falsidade ideológica. Foram presos três homens e uma mulher, ligada a uma empresa parceira. Duas mulheres que chegaram a ser detidas são namoradas de dois dos presos e foram liberadas após prestarem depoimento.
Computadores e eletrônicos usados pela quadrilha foram apreendidos e vão passar por perícia.
Suplementos em investigação
A Polícia Civil também vai verificar a autenticidade dos suplementos encontrados no local. Além dos voltados ao emagrecimento, também havia outros, para melhorar a visão e combater a disfunção erétil.
Apesar de os produtos não serem fabricados pela empresa operada pelos suspeitos, a investigação suspeita que ao menos parte deles possa ser falsificada devido à quantidade de rótulos encontrados no local. Amostras dos produtos foram apreendidas e enviadas para análise do instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
Para a Polícia Civil, a empresa foi criada a partir de recursos de golpes envolvendo uma empresa de Criptoativos ligada a um dos suspeitos.
Fonte: G1.globo.com