Saiba qual é a lenda do lobisomem em Joanópolis, mostrada por Maurício Kubrusly no Fantástico

Repórter que virou tema de documentário no Globoplay fez diversas matérias em todo o Brasil, e uma das mais conhecidas foi sobre o mito do lobisomem de Joanópolis.

Maurício Kubrusly, repórter que percorreu o Brasil atrás de histórias, fez cerca de 300 matérias no quadro ‘Me Leva Brasil’, do programa Fantástico, da Rede Globo.

E uma das reportagens que mais repercutiu foi sobre o mito do lobisomem de Joanópolis, cidade da região bragantina que tem menos de 13 mil habitantes e fica a 115 quilômetros da capital paulista.

Lobisomem de Joanópolis (Foto: Divulgação / Associação dos Criadores de Lobisomens)

A reportagem foi gravada em 2000. O presidente da Associação dos Criadores de Lobisomem, Valter Cassalho, lembra que a visita do repórter a Joanópolis encantou os moradores da cidade.

Valter até chegou a brincar que Kubrusly poderia ser um lobisomem, brincadeira que arrancou risadas do repórter.

“Nós demos muita risada. O Kubrusly é uma pessoa sensacional, incrível, de espontaneidade gigante. Ele amou fazer a pauta e conhecer o mito e a cidade. Teve contato próximo com vários moradores, até tomou café em uma casa”, diz.

O repórter, que não trabalha mais por conta do diagnóstico de demência frontotemporal, uma condição progressiva e degenerativa que altera linguagem, memória, comportamento, virou tema de um documentário no Globoplay.

“Kubrusly – Mistério Sempre Há de Pintar por Aí”, que retrata a vida do jornalista, estreia na próxima quarta-feira no Globoplay. O projeto foi dirigido por Evelyn Kuriki.

Mito do lobisomem de Joanópolis

Joanópolis é conhecida como a Capital do Lobisomem – que é metade homem, metade lobo. Segundo Cassalho, esse mito é tão antigo quanto a própria cidade – isso porque ele começou com um rumor de que Anselmo Caparica – uma das pessoas que fundou a cidade, em 1878 – era um lobisomem.

“Antes mesmo da fundação, os moradores falavam que a região tinha lobisomens, mas isso se firmou com essa história de que as pessoas comentavam que o fundador era um lobisomem. Ela era alto, usava uma capa e tinha costumem de andar de noite, porque era maçom”, explica Valter Cassalho.

O mito ganhou ainda mais forma no fim do século XX, quando a folclorista Maria do Rosário – que era neta de Anselmo Caparica – publicou uma tese em 1983 sobre a tradição do lobisomem em Joanópolis.

“Ela falava sobre como era curiosa a relação dos moradores da cidade com isso. As pessoas vêm o Lobisomem como algo normal, é uma convivência harmoniosa e tranquila. Sabem que é uma assombração, mas encaram com tranquilidade. Tem gente que comenta, por exemplo, que fulano é lobisomem, mas é gente boa”, explica Cassalho.

Apesar disso, muitos moradores garantem que já testemunharam a presença do lobisomem na cidade.

“Tem muitas histórias, principalmente dos mais velhos. As pessoas comentam que lobisomem já arranhou janelas e portas de suas casas, ou atacou o galinheiro. O mito é de que ele procura casas com crianças que não foram batizadas.”

Turismo do imaginário

A tradição é tão forte que o lobisomem virou parte do turismo de Joanópolis. Na entrada da cidade, uma réplica da figura folclórica recepciona os visitantes. Além disso, o comércio e os passeios da cidade também aproveitam o mito.

“A cidade aproveitou esse mito e o lobisomem virou ainda mais a principal figura de Joanópolis. É como se fosse os gnomos de São Tomé das Letras ou do ET de Varginha”, conclui o presidente da associação.

Fonte: G1.globo.com