Dor de cabeça intensa, febre alta e calafrios podem parecer sintomas de uma gripe forte, mas também são sinais da febre amarela. O alerta para a doença voltou a ganhar força após a morte de um jovem de 21 anos, morador de Bragança Paulista (SP), que ocorreu em Extrema, em janeiro.

Mas afinal, o que é a febre amarela? É uma doença infecciosa grave, causada por um vírus transmitido por mosquitos. A doença pode atingir qualquer pessoa não vacinada, mas alguns grupos têm maior risco de desenvolver formas graves da doença, como pessoas imunossuprimidas, crianças e idosos.
A maioria das pessoas melhora após os sintomas iniciais, mas algumas podem desenvolver uma forma grave da doença. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 20% a 50% das pessoas em forma grave podem morrer.
Um caso de febre amarela é considerado suspeito quando uma pessoa sem histórico de vacinação ou com status vacinal desconhecido apresenta sintomas da doença.
Segundo o guia do Ministério da Saúde, o diagnóstico clínico deve levar em conta se o paciente esteve em áreas rurais ou regiões com surtos recentes e se apresenta febre por até sete dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas, por exemplo:
- dor de cabeça intensa (especialmente na região acima dos olhos);
- dores musculares; dor lombar;
- calafrios;
- mal-estar;
- náuseas;
- icterícia;
- ou sinais de sangramento.
Além disso, é fundamental verificar se a pessoa viajou para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas e se há registro de vacinação contra a febre amarela – caso tenha tomado a primeira dose há menos de 30 dias, o risco de infecção ainda pode existir.
Juliana Cunha Rocha, coordenadora de práticas assistenciais, destaca que é fundamental que as pessoas redobrem a atenção aos sintomas e busquem atendimento imediato caso apresentem febre e outros sinais suspeitos.
“As pessoas que foram para áreas remotas, para a selva, digamos assim, locais onde tem macacos e houve uma picada de mosquito, começa a desenvolver um sintoma de febre, calafrio, dor de cabeça, fraqueza, dor muscular muito significativa, não sabe se é vacinado de febre amarela e fica na dúvida, procure um pronto atendimento mais rápido possível”, explica a profissional.
Vacinação é a melhor forma de prevenção
A principal medida para evitar casos graves e mortes por febre amarela é a vacinação. O Brasil segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que indica uma dose única da vacina ao longo da vida.
“No passado, a recomendação era uma dose de vacina amarela para quem ia para áreas endêmicas, com uma dose de reforço a cada dois anos. Em 2018, isso foi descontinuado e ficou definido que uma dose de vacina para os estudos internacionais, que uma dose de vacina seria suficiente para essa cobertura. Então quem já teria vacinado uma vez na vida já estaria coberto”, explica Juliana Cunha Rocha.
“Se você está na dúvida se você está imune ou não, pegue sua carteirinha, procura a unidade básica mais próximo da sua casa, leve e dê uma checada”, completa.
Atualmente, a cobertura vacinal contra a febre amarela em Minas Gerais está em 86,3%, abaixo da meta de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde. Isso significa que uma parte da população ainda está vulnerável à doença.
Morte em Extrema
O alerta para a febre amarela foi intensificado após a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmar a primeira morte da doença em 2025 no estado. O caso foi registrado em Extrema, no Sul de Minas.
A Prefeitura de Extrema informou que a vítima é um jovem do sexo masculino, de 21 anos, morador de Bragança Paulista (SP) e que morreu em 18 de janeiro de 2025. Ele trabalhava na cidade do Sul de Minas.
Segundo informações da SES-MG, o caso foi registrado em Extrema, mas o “Local Provável de Infecção (LPI)” está em investigação.
Ainda de acordo com a prefeitura, o jovem teria passado por um período de lazer na cidade de Joanópolis (SP) no fim do ano passado. A Secretaria de Saúde do município informou que não há outros casos de febre amarela em humanos na cidade.
Fonte: G1.globo.com